A violência doméstica e de relacionamentos acontece em um ciclo de três fases. Algumas rotinas do relacionamento vão se repetir ao observar a rotina do casal, e essas fases elas acontecem rotineiramente.
A primeira fase é no momento
da agressão, que por qualquer motivo houve uma explosão daquela violência, onde
houveram gritos, socos, uma surra, esse é o momento de explosão. Depois da
explosão a vítima se sente magoada, machucada, ofendida, ao passo que o
agressor vai sentir um certo arrependimento.
A segunda fase é do
arrependimento que vem seguida de agrados, palavras carinhosas, presentes, um
convite para um jantar pedido de perdão
e promessas de mudança, que estava de cabeça quente e que isso nunca mais vai
acontecer e está arrependido. A mulher cai nessa “estória”, consternada, que é
um bom pai, bom sujeito, etc. etc. Só que essa harmonia não se sustenta porque
a base dela não é real, na verdade não houve uma mudança de comportamento daí
qualquer mudança, qualquer que seja ela volta a criar uma tensão.
Aí entra na terceira fase, a
volta de tudo aquilo que era antes, onde, novamente existe a agressão, o
arrependimento vai embora e volta a reascender o ciúmes a tensão, o medo volta à
tona, ela tem q ter cuidado com o que fala, pois o comportamento do agressor
não mudou e vai repetir o ato de explosão novamente assim que tiver uma
oportunidade, porque para ele vc não mudou, seu comportamento continua o mesmo
então ele vai chamar sua atenção, vai gritar com a mulher, vai bater mais uma
vez, enfim.
Então tem-se esse ciclo:
Explosão, reconciliação e tensão infinitamente. É preciso que a mulher identifique
essas fases para quebrar esse ciclo e poder sair dessa situação, pois ao
identificar o ciclo ela pode, a qualquer momento, sair desse comportamento
agressivo contra ela e amparada na Lei Maria da Penha que acolhe mulheres em
situação de violência doméstica ou nas relações íntimas de fato, namoros por
exemplo.
Devemos entender que a Lei
Maria da Penha envolve violência psicológica, física, patrimonial, sexual e a
moral.
A primeira, e mais comum,
dessas 5 violências é a violência física, onde afeta a integridade física da
vítima com chutes, empurrões, violência com objetos cortantes e arma de fogo.
A segunda é a violência
psicológica que abala extremamente a autoestima da mulher, por exemplo impedir
de usar um certo tipo de roupa, usar maquiagem, impedir a comunicação com
parentes, de chamá-la de feia, de gorda, que pode arrumar alguém na rua melhor
que ela. Dessa forma infringem na mulher um certo estado de autoestima baixa do
ponto de vista psicológico.
A terceira, e não menos
violenta é a violência patrimonial, que muitos nem comentam, mas muito usada
por agressores, como por exemplo reter o dinheiro da mulher fazendo-a depositar
na conta do agressor, para que ela sempre tenha que pedir dinheiro até para
comprar uma calcinha íntima, reter bens dela própria, rasgar roupas, quebrar
objetos e até o celular no momento das brigas.
A quarta a violência sexual,
obrigar uma relação sexual quando a mulher não quiser e até proibir a vítima de
utilizar métodos contraceptivos para obrigar a mulher a engravidar é uma forma
de violência sexual
E por último a quinta que é
a violência moral, e aí muitos, sem que saibam, cometem dia após dia, os crimes
contra a honra da mulher, que são 3 crimes definidos em lei, calúnia, injúria e
difamação.
Calúnia é
imputar um falso crime contra a mulher;
Injúria é
imputar um xingamento à mulher, como chama-la de puta, safada, dentre outras;
Difamação que
é falar, numa roda de amigos ou de familiares, um fato desonroso contra uma
mulher, tipo minha mulher não vale nada, ou minha mulher está saindo com outra
pessoa, fatos esses desonrosos e vexatórios para uma mulher.
Dessa forma, o melhor a fazer
para quebrar esse ciclo de violência e tirar esse poder do agressor é a
denúncia aos órgãos competentes, dentre eles a Delegacia de Proteção à mulher.
Sabe-se que a mulher acaba
não confiando nas autoridades, até pela falta de apoio da família e amigos, por
se ligar em programas televisivos sensacionalistas, onde se vê muitas vítimas
de feminicídio exatamente pela falta de denúncia em tempo hábil, deixando chegar
até a esses acontecimentos lastimáveis, mas, acreditem, a maioria dos casos são
resolvidos e extirpados do seu meio por interferência do Estado.
Se você é vítima de
violência doméstica ou de relacionamentos ou sabe quem é sofrendo, DENUNCIE.
Nenhum comentário:
Postar um comentário