quarta-feira, 10 de novembro de 2021

MULHER, VC SABE, EXATAMENTE O QUE É VIOLÊNCIA CONTRA MULHER? LEI MARIA DA PENHA

 

A violência doméstica e de relacionamentos acontece em um ciclo de três fases. Algumas rotinas do relacionamento vão se repetir ao observar a rotina do casal, e essas fases elas acontecem rotineiramente.

A primeira fase é no momento da agressão, que por qualquer motivo houve uma explosão daquela violência, onde houveram gritos, socos, uma surra, esse é o momento de explosão. Depois da explosão a vítima se sente magoada, machucada, ofendida, ao passo que o agressor vai sentir um certo arrependimento.

A segunda fase é do arrependimento que vem seguida de agrados, palavras carinhosas, presentes, um convite para um jantar pedido de  perdão e promessas de mudança, que estava de cabeça quente e que isso nunca mais vai acontecer e está arrependido. A mulher cai nessa “estória”, consternada, que é um bom pai, bom sujeito, etc. etc. Só que essa harmonia não se sustenta porque a base dela não é real, na verdade não houve uma mudança de comportamento daí qualquer mudança, qualquer que seja ela volta a criar uma tensão.

Aí entra na terceira fase, a volta de tudo aquilo que era antes, onde, novamente existe a agressão, o arrependimento vai embora e volta a reascender o ciúmes a tensão, o medo volta à tona, ela tem q ter cuidado com o que fala, pois o comportamento do agressor não mudou e vai repetir o ato de explosão novamente assim que tiver uma oportunidade, porque para ele vc não mudou, seu comportamento continua o mesmo então ele vai chamar sua atenção, vai gritar com a mulher, vai bater mais uma vez, enfim.

Então tem-se esse ciclo: Explosão, reconciliação e tensão infinitamente. É preciso que a mulher identifique essas fases para quebrar esse ciclo e poder sair dessa situação, pois ao identificar o ciclo ela pode, a qualquer momento, sair desse comportamento agressivo contra ela e amparada na Lei Maria da Penha que acolhe mulheres em situação de violência doméstica ou nas relações íntimas de fato, namoros por exemplo.

Devemos entender que a Lei Maria da Penha envolve violência psicológica, física, patrimonial, sexual e a moral.

A primeira, e mais comum, dessas 5 violências é a violência física, onde afeta a integridade física da vítima com chutes, empurrões, violência com objetos cortantes e arma de fogo.

A segunda é a violência psicológica que abala extremamente a autoestima da mulher, por exemplo impedir de usar um certo tipo de roupa, usar maquiagem, impedir a comunicação com parentes, de chamá-la de feia, de gorda, que pode arrumar alguém na rua melhor que ela. Dessa forma infringem na mulher um certo estado de autoestima baixa do ponto de vista psicológico.

A terceira, e não menos violenta é a violência patrimonial, que muitos nem comentam, mas muito usada por agressores, como por exemplo reter o dinheiro da mulher fazendo-a depositar na conta do agressor, para que ela sempre tenha que pedir dinheiro até para comprar uma calcinha íntima, reter bens dela própria, rasgar roupas, quebrar objetos e até o celular no momento das brigas.

A quarta a violência sexual, obrigar uma relação sexual quando a mulher não quiser e até proibir a vítima de utilizar métodos contraceptivos para obrigar a mulher a engravidar é uma forma de violência sexual

E por último a quinta que é a violência moral, e aí muitos, sem que saibam, cometem dia após dia, os crimes contra a honra da mulher, que são 3 crimes definidos em lei, calúnia, injúria e difamação.

Calúnia é imputar um falso crime contra a mulher;

Injúria é imputar um xingamento à mulher, como chama-la de puta, safada, dentre outras;

Difamação que é falar, numa roda de amigos ou de familiares, um fato desonroso contra uma mulher, tipo minha mulher não vale nada, ou minha mulher está saindo com outra pessoa, fatos esses desonrosos e vexatórios para uma mulher.

Dessa forma, o melhor a fazer para quebrar esse ciclo de violência e tirar esse poder do agressor é a denúncia aos órgãos competentes, dentre eles a Delegacia de Proteção à mulher.

Sabe-se que a mulher acaba não confiando nas autoridades, até pela falta de apoio da família e amigos, por se ligar em programas televisivos sensacionalistas, onde se vê muitas vítimas de feminicídio exatamente pela falta de denúncia em tempo hábil, deixando chegar até a esses acontecimentos lastimáveis, mas, acreditem, a maioria dos casos são resolvidos e extirpados do seu meio por interferência do Estado.

Se você é vítima de violência doméstica ou de relacionamentos ou sabe quem é sofrendo, DENUNCIE.

 

 

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