terça-feira, 10 de setembro de 2024

LUTA CONTRA A FOME - A HISTÓRICA FALÁCIA DO COMBATE Á FOME NO BRASIL, CERTAMENTE UM JOGO DE PROMESSAS E PROPAGANDA ELEITORAL.

Manifestantes invadem supermercados e exige entrega de cestas básicas.


A histórica falácia do combate à fome no Brasil, certamente um jogo de promessas e propaganda eleitoral.

 

É mais que sabido que a fome é uma realidade que atinge milhões de brasileiros, afetando de forma severa a população mais vulnerável. Recentemente, um episódio chamou a atenção não só da mídia, mas da população em geral, pois um grupo de manifestantes invadiu uma grande loja de supermercados exigindo a entrega de cestas básicas. O ato, dando um ar de desespero, mas simbólico por sinal, representa o grito de uma população que vê na fome um obstáculo intransponível diante da ausência de políticas públicas efetivas. Esse tipo de ação não é um evento isolado, ouso dizer, orquestrado, é mais o reflexo de um cenário em que promessas de combate à fome, muitas vezes, se tornam apenas discursos de campanha, sem reflexos concretos na vida daqueles que mais necessitam.

 

 Todos sabemos que o Brasil, um dos maiores produtores de alimentos do mundo, voltou a figurar, lamentavelmente, no mapa da fome da ONU. A insegurança alimentar, agravada pela crise econômica e pela pandemia de COVID-19, ampliou a desigualdade social, e as políticas governamentais, que deveriam combater essa realidade, têm se mostrado insuficientes. O Auxílio Brasil, que subistituiu o Bolsa Família, e outras tantas iniciativas do governo, embora sejam medidas emergenciais, não têm capacidade de resolver de forma estrutural o problema da fome, chego a pensar que nem ele mesmo quer que isso seja resolvido (mas é assunto para o próximo comentário). Em vez disso, criam uma falsa sensação de alívio temporário que não ataca as raízes da questão.

 

O que se pode tirar dessa “ Invasão ao Supermercado”?  Desespero ou Ato de Protesto?

 

A invasão de supermercados por manifestantes exigindo cestas básicas levanta questões importantes sobre o papel do Estado na garantia de direitos fundamentais, como o direito à alimentação. Este episódio pode até ser um claro sinal de desespero, mas gostaria de pensar que fosse também de insatisfação popular diante da inércia do poder público que sempre acredita que o próximo governo será melhor e resolverá o  real problema da fome em nosso país. Muitos desses manifestantes vivem em condições de extrema pobreza, sem emprego, sem acesso a uma alimentação digna e sem perspectivas de melhoria em um curto prazo.

 

A ação de invadir um supermercado, um símbolo da abundância de alimentos, mas inacessível para grande parte da população, é uma metáfora poderosa do fosso entre ricos e pobres no Brasil. Para aqueles que participaram desse ato, a invasão não é uma escolha, mas uma necessidade nascida do abandono social e, nem Governo, entidades civís, população de modo geral, podem fazer vistas grossas ao fato.

 

Já escrevi aqui, e volto a repisar, as promessas de combate à fome é mais uma estratégia de manipulação eleitoral do que uma realidade de acabar com esse mal, pois ao longo das campanhas eleitorais, o combate à fome sempre foi um tema central, especialmente em um país com tanta desigualdade como o Brasil. No entanto, muitas dessas promessas têm se revelado vazias, servindo apenas como instrumentos de propaganda eleitoral. Candidatos prometem acabar com a fome, aumentar os programas de assistência social e garantir comida na mesa de todos os brasileiros, mas na prática, essas promessas nunca se concretizam, pois é usada eleição após eleição de mote para manobras de vínculo eleitoral.

 

O ciclo eleitoral se repete, e os mesmos candidatos que outrora prometeram soluções definitivas para o problema da fome voltam a fazer promessas semelhantes, sem que haja uma mudança substancial nas condições de vida das camadas mais pobres da população. A fome é tratada como um problema crônico que pode ser “contornado” com medidas paliativas, e não como uma questão urgente a ser enfrentada com políticas de longo prazo e investimentos sérios em programas sociais.

 

 Mais uma vez digo, a utilização da fome como uma ferramenta de propaganda eleitoral é um mecanismo perverso de manipulação política. Governos se beneficiam do assistencialismo e da vulnerabilidade social como forma de garantir apoio popular em períodos eleitorais. Contudo, o povo carente, que deveria ser o foco central de políticas públicas eficientes, acaba sendo ludibriado por discursos que não correspondem à realidade vivida. Todos os anos e todas as eleições é assim, e o pior que nos acostumamos com essas mentiras, pois acreditamos como eles, os políticos, na sua própria mentira. Uma mentira dita inúmeras vezes acaba se tornando uma verdade.

 

Os programas de distribuição de cestas básicas, apesar de serem necessários em situações emergenciais, são utilizados por muitos candidatos, governantes e entidades sociais para mascarar a falta de soluções estruturais. O alimento é oferecido não como parte de uma política pública sólida, mas como um ato de caridade ocasional, dando a parecer que o carente come uma só vez ou só no período eleitoral, criando uma dependência eleitoral e não o empoderamento social. Além disso, essas ações costumam ganhar visibilidade durante períodos pré-eleitorais, reforçando o uso eleitoreiro da miséria como moeda de troca política. Usei CARIDADE OCASIONAL E USO ELEITOREIRO DA MISÉRIA, para, efetivamente, chamar à atenção de todos para o próximo pleito nas eleições para as prefeituras das cidades.

  

Meus caros, a urgência de políticas concretas é imprescindível. Espero que os próximos governantes municipais invistam em políticas públicas de combate à fome que sejam verdadeiramente transformadoras. Isso passa pela criação de empregos, pela melhoria do acesso à educação,  pelo fortalecimento de uma rede de proteção social que assegure alimentação digna para todos. Além disso, é necessário adotar políticas econômicas que promovam o crescimento inclusivo, assegurando que a riqueza gerada na sua cidade seja distribuída de maneira mais equitativa.

 

A fome  não é apenas uma questão de escassez de alimentos, mas de má distribuição de renda e de falta de compromisso político com as camadas mais vulneráveis da população. O combate à fome não pode continuar sendo tratado como um tema de propaganda eleitoral. É um direito humano básico, garantido pela Constituição, que deve ser atendido com a seriedade e a urgência que a situação exige.

 

Portanto, a invasão do supermercado por manifestantes é um alerta importante não só para governo, mas para a sociedade como um todo. A fome não pode ser ignorada ou usada como um instrumento de poder político. O Brasil tem plenas condições de erradicar a fome e garantir que todos os cidadãos tenham acesso a uma alimentação digna, mas isso depende de vontade política e de uma mudança estrutural nas políticas sociais. Promessas vazias não alimentam ninguém, e enquanto essas promessas forem apenas palavras ao vento, o Brasil continuará a ser palco de episódios tristes, como o que vimos recentemente.

 

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